Caros irmãos e irmãs, todos nós estamos convosco: é pouco o que podemos fazer, porque a vossa tragédia é muito grande. Mas abrimos espaço no nosso coração. Em nome de todos aqueles que vos perseguem, daqueles que lhes fizeram mal, especialmente pela indiferença do mundo, peço-lhes perdão. Perdão. Tantos de vocês me falaram do grande coração do Bangladesh que vos acolheu. Agora apelo ao seu grande coração para que seja capaz de nos dar o perdão que pedimos.
Caros irmãos e irmãs, a história da criação judaico-cristã diz que o Senhor que é Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Nós todos somos essa imagem. Inclusive esses irmãos e irmãs. Eles também são a imagem do Deus vivo. Uma tradição das vossas religiões diz que Deus, no princípio tomou um pouco de sal e o jogou na água, que era a alma de todos os homens; e cada um de nós traz dentro de si um pouco do sal divino: esses irmãos e essas irmãs trazem dentro de si o sal de Deus.
Caros irmãos e irmãs, vamos mostrar ao mundo o que faz o egoísmo com a imagem de Deus. Continuemos a fazer a eles o bem, a ajudá-los; continuemos a nos mobilizar para que eles tenham os seus direitos reconhecidos. Não fechemos os nossos corações, não viremos o rosto para o outro lado. A presença de Deus, hoje, também se chama "Rohingya". Cada um de nós, dê a própria resposta.
Papa Francisco a um grupo de refugiados Rohingya por ocasião da viagem apostólica a Bangladesh (1/12/2017) |